segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A situação feminina nas últimas décadas do século XIX

A partir das grandes revoluções do século XIX, é que surgem os partidos de esquerda onde as mulheres encontram espaço para as manifestações. Os partidos precisavam de mais colaboradores e as mulheres precisavam de um espaço para manifestar as reivindicações, como por exemplo, o direito ao voto, a instauração do casamento civil e a legislação do divórcio.
No século XIX, com a revolução industrial, o número de mulheres empregadas aumenta significativamente, porém a diferença salarial entre os sexos continua, com a justificativa de que as mulheres teriam quem as sustentasse.
A mulher tinha que entender que a única forma de ter uma vida fácil e respeitável era através do casamento, logo, ela dependia de uma boa aparência ao gosto masculino. Permanecer solteira era considerado uma desgraça e aos trinta anos uma mulher que não fosse casada era chamada de velha solteirona. Os pais acreditavam que uma educação séria para suas filhas era algo supérfluo: modos e música seriam o suficiente para elas, e nenhum exame público (para escola) aceitava candidatos do sexo feminino.
Em 1857 a lei do divórcio foi aprovada, sendo uma lei desvantajosa para as mulheres em relação aos homens. De acordo com essa lei, um homem poderia obter a dissolução de seu casamento se ele pudesse provar um ato de infidelidade de sua esposa; porém uma mulher não poderia desfazer seu casamento a não ser que pudesse provar que seu marido fosse culpado não apenas de infidelidade, mas também de crueldade.
Em 1893 a Nova Zelândia foi primeiro país a conceder o direito de voto às mulheres, em 1918, a Alemanha e o Reino Unido permitem o voto feminino, que só chegaria à França, à Itália e ao Japão em 1945.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Poesia Realista x Parnasianismo

No Realismo, os autores criticavam a sociedade que só agiam por interesse.Temos Machado de Assis, que em seu livro
" Dom Casmurro", revela que Capitu só se envolveu com Bentinho por interesse. E no livro "O Cortiço", De Aluísio de
Azevedo, as personagens agem pelo instinto e não se importam com o sentimento alheio.

Círculo Vicioso

Bailando no ar, gemia inquieto vaga-lume:
- Quem me dera que fosse aquela loura estrela,
que arde no eterno azul, como uma eterna vela !
Mas a estrela, fitando a lua, com ciúme:

- Pudesse eu copiar o transparente lume,
que, da grega coluna á gótica janela,
contemplou, suspirosa, a fronte amada e bela !
Mas a lua, fitando o sol, com azedume:

- Misera ! tivesse eu aquela enorme, aquela
claridade imortal, que toda a luz resume !
Mas o sol, inclinando a rutila capela:

- Pesa-me esta brilhante aureola de nume...
Enfara-me esta azul e desmedida umbela...
Porque não nasci eu um simples vaga-lume?

Machado de Assis


Já o Parnasianismo é uma outra corrente do realismo, mas já não está mais preocupada em desmascarar a sociedade, e
sim viver " a arte pela arte", como Alberto de Oliveira, que descreve " como era lindo, que mimo aquele vaso chinês".


Velhice

Água do rio Letes, onde passas?
Venha a mim o teu curso benfazejo
Que sepulta alegrias ou desgraças
No mesmo esquecimento sem desejo.

Quero beber-te por contínuas taças...
E às horas do passado que revejo,
Pedir-te que as afogues e desfaças
Na carícia e na esmola do teu beijo! No Realismo, os autores criticavam a sociedade que só agiam por interesse.Temos Machado de Assis, que em seu livro
" Dom Casmurro", revela que Capitu só se envolveu com Bentinho por interesse. E no livro "O Cortiço", De Aluísio de
Azevedo, as personagens agem pelo instinto e não se importam com o sentimento alheio.

Já o Parnasianismo é uma outra corrente do realismo, mas já não está mais preocupada em desmascarar a sociedade, e
sim viver " a arte pela arte", como Alberto de Oliveira, que descreve " como era lindo, que mimo aquele vaso chinês".

Exemplos:

Círculo Vicioso

Bailando no ar, gemia inquieto vaga-lume:
- Quem me dera que fosse aquela loura estrela,
que arde no eterno azul, como uma eterna vela !
Mas a estrela, fitando a lua, com ciúme:

- Pudesse eu copiar o transparente lume,
que, da grega coluna á gótica janela,
contemplou, suspirosa, a fronte amada e bela !
Mas a lua, fitando o sol, com azedume:

- Misera ! tivesse eu aquela enorme, aquela
claridade imortal, que toda a luz resume !
Mas o sol, inclinando a rutila capela:

- Pesa-me esta brilhante aureola de nume...
Enfara-me esta azul e desmedida umbela...
Porque não nasci eu um simples vaga-lume?
Machado de Assis

O primo Basílio

Jorge e Luísa compõem o modelo da família burguesa do século XIX. Recém casados, têm uma vida aparentemente perfeita e dentro dos padrões da época.
Luísa é uma moça meiga, prendada e romântica. Já Jorge, é um engenheiro bem sucedido, sem muita sensibilidade.
Eles vivem em clima de lua de mel até que Jorge precisa sair da cidade a trabalho.
Entediada e só, Luísa tenta, sem sucesso, se entreter com os livros. Nesse período, Basílio, um primo e ex namorado da moça, que estava morando no exterior, reaparece.
Galanteador e muito fino, Basilio tenta se reaproximar de Luísa, prometendo dar a ela a atenção que Jorge era incapaz de ter naquele momento; esta, por estar se sentindo solitária a vulnerável, acaba se apaixonando novamente por ele e praticando o adultério.
Logo, Basílio viaja. De longe, ele e Luísa trocam cartas apaixonadas. Uma destas é interceptada por Juliana, empregada da casa que tem verdadeiro ódio da patroa, que passa a chantagear a pobre Luísa, exigindo dinheiro e a submetendo a trabalhos domésticos que ela não estava acostumada.
Temendo que Jorge descobrisse a traição, Luísa aceita os maus tratos de Juliana e promete conseguir a quantia exigida por ela.
Após a chegada de Jorge, Juliana se torna menos complacente, pressionando a patroa que, assustada, pede ajuda a Sebastião – velho amigo da família – que, na tentativa de resolver a situação, acaba matando acidentalmente a empregada.
Sem desconfiar de nada, Jorge enche Luísa de mimos, mas, enfraquecida pelos maus tratos de Juliana, ela é acometida por uma violenta febre.
Em repouso, Luísa não percebe a chegada de uma carta endereçada a ela. Esse fato chama a atenção de Jorge, que a lê e descobre o adultério. Mesmo sabendo da traição ele a perdoa por amar-lhe muito.
Nada bastou, porém, e Luísa morre.
Assim, o modelo de lar, construído sobre uma base de convenções sociais, desmorona sob o peso da mentira e do adultério.
O livro termina mostrando Basílio sem sentir nada em relação à morte de sua amante, queixando-se apenas, de não ter trazido a ‘Alfonsine’.
Afirmando, assim, não ter tido nenhum envolvimento sentimental para com Luísa; o que distancia, ainda mais, o livro das convenções românticas. Jorge e Luísa compõem o modelo da família burguesa do século XIX. Recém casados, têm uma vida aparentemente perfeita e dentro dos padrões da época.
Luísa é uma moça meiga, prendada e romântica. Já Jorge, é um engenheiro bem sucedido, sem muita sensibilidade.
Eles vivem em clima de lua de mel até que Jorge precisa sair da cidade a trabalho.
Entediada e só, Luísa tenta, sem sucesso, se entreter com os livros. Nesse período, Basílio, um primo e ex namorado da moça, que estava morando no exterior, reaparece.
Galanteador e muito fino, Basilio tenta se reaproximar de Luísa, prometendo dar a ela a atenção que Jorge era incapaz de ter naquele momento; esta, por estar se sentindo solitária a vulnerável, acaba se apaixonando novamente por ele e praticando o adultério.
Logo, Basílio viaja. De longe, ele e Luísa trocam cartas apaixonadas. Uma destas é interceptada por Juliana, empregada da casa que tem verdadeiro ódio da patroa, que passa a chantagear a pobre Luísa, exigindo dinheiro e a submetendo a trabalhos domésticos que ela não estava acostumada.
Temendo que Jorge descobrisse a traição, Luísa aceita os maus tratos de Juliana e promete conseguir a quantia exigida por ela.
Após a chegada de Jorge, Juliana se torna menos complacente, pressionando a patroa que, assustada, pede ajuda a Sebastião – velho amigo da família – que, na tentativa de resolver a situação, acaba matando acidentalmente a empregada.
Sem desconfiar de nada, Jorge enche Luísa de mimos, mas, enfraquecida pelos maus tratos de Juliana, ela é acometida por uma violenta febre.
Em repouso, Luísa não percebe a chegada de uma carta endereçada a ela. Esse fato chama a atenção de Jorge, que a lê e descobre o adultério. Mesmo sabendo da traição ele a perdoa por amar-lhe muito.
Nada bastou, porém, e Luísa morre.
Assim, o modelo de lar, construído sobre uma base de convenções sociais, desmorona sob o peso da mentira e do adultério.
O livro termina mostrando Basílio sem sentir nada em relação à morte de sua amante, queixando-se apenas, de não ter trazido a ‘Alfonsine’.
Afirmando, assim, não ter tido nenhum envolvimento sentimental para com Luísa; o que distancia, ainda mais, o livro das convenções românticas.

A mulher nos anos 50

Há 60 anos, o cenário social era protagonizado essencialmente pelo papel masculino. A mulher raramente aparecia e, quando isso acontecia, ocupava apenas o espaço de coadjuvante ao lado da estrela principal – Seu marido.

Ainda que, atualmente, isso seja um insulto ao feminismo, na década de 50 as mulheres se conformavam em ocupar esse espaço e, posso arriscar dizer, até se satisfaziam apenas com esta “participação especial”.  Isto porque, durante este período, a sociedade burguesa decidiu que a mulher nascia – especialmente - para uma única função: Casar. E, dentro desta instituição, ela deveria exercer de forma exímia basicamente três papeis: o de esposa, o de dona de casa e o de mãe.
Seguindo as determinações sociais, a educação feminina se voltou para a preparação da moça para o seu casamento, diminuindo, inclusive, a importância de atividades intelectuais como conclusão dos estudos ou graduação.
Desta forma, as mulheres que nasciam eram condicionadas a acreditar que apenas as atividades domésticas e matrimoniais cabiam a elas, tornando o casamento o grande projeto de suas vidas.
Baseando-se nessa atmosfera de subordinação do papel feminino diante da sociedade, surge O sorriso de Monalisa.
O filme nada mais é do que uma crítica aos valores e às convenções sociais que eram impostas às mulheres desde o início dos anos 50, tornando inviável a elas qualquer tentativa de progresso fora do casamento.
A história mostra uma escola de mulheres que prepara as meninas para um grande casamento, dando aulas de como ser elegante, como se portar à mesa, entre outro 'pre-requisitos' necessários; até a chegada da nova professora de História da Arte, que se tornou a grande responsável por reformar a visão da geração de garotas alienadas pelo modelo de vida burguês. Kate (vivida por Julia Roberts), uma mulher nada convencional, que não se habituou a viver à sombra de um homem, ensina, através de seus ideais liberais, que o papel da mulher não é, apenas, o de servir ao marido, cuidar da casa e dos filhos, como lhes havia sido ensinado; e que elas podem cursar faculdade e seguir carreira profissional sem precisar abrir mão do casamento, se assim desejassem.


(Nathália Gomes)



quinta-feira, 15 de setembro de 2011

As personagens femininas do realismo

Rita baiana – O cortiço
Ela representa os "encantos" da mulata brasileira, num tom realístico e crítico.
Rita Baiana é um dos personagens mais notáveis da literatura brasileira. Filha do realismo naturalista, é escrita com uma riqueza de detalhes visuais e sensoriais incríveis. Forte, apaixonada e politicamente incorreta, é absolutamente impossível não adorá-la. Sedutora e consciente de seus encantos, é maliciosa e faminta de vida, um diabo de saias. É sem dúvidas, a alma de O Cortiço, de Aluízio de Azevedo, embora não seja a protagonista. Ela não aparece desde o começo e nem está presente no fim, mas rouba a cena em sua aparição fulminante. Escrita em 1890, é uma mulher a frente de seu tempo. Ama a quem lhe aprouver, da forma que melhor lhe parecer. É deliciosamente livre e despida de amarras e preconceitos, é como a maioria de nós queria ser. É mulata decidida e generosa que enfrenta a vida de peito aberto, disposta a sofrer e gozar com a mesma intensidade. Fiel aos seus gostos e às suas paixões, a elas se entrega por inteiro.
É o símbolo da brasilidade quente que penetra na alma lusitana de Jerônimo, o português enamorado, e varre toda a nostalgia d'além mar que havia nele. Caído pela mulata, ele abandona mulher e filha, abraça a vida boêmia, contrai dívidas, perde a força moral e chega a ponto de matar um homem com um pedaço de pau. "Isso não é mulher, é uma desgraça", você provavelmente pensará. Mas para ele, o amor da Rita é insubstituível e justifica tudo. Nos braços dela, tudo adquire uma cor fulgurante e fantástica, não dando margem a lamentações, arrependimentos e nem dores. Ele a venera, satisfaz todos os caprichos, arde e morre por ela, se preciso for. Passa por todos os dissabores e tormentas, mas não lhe tirem a Rita, que sem ela não pode mais viver. Como vício destrutivo, como doença, ela é a seiva que o alimenta, a força que o impulsiona. Torna-se cativo por gosto e por vontade.
Rita Baiana é a personificação do melhor e do pior da mulher, com toda a magia e a ruína que lhes é peculiar. Mas não uma mulher comum, e sim uma dotada do orgulho e da beleza da raça negra da qual descende, aliada à ferocidade da mulher pobre que defende seu espaço e seu sustento. Ela transborda alegria e sensualidade, é corajosa, digna, guerreira - até as últimas instâncias, até à violência física - e essencialmente hedonista. Mas o mais marcante nessa mulher, assim como em toda a obra de Aluízio Azevedo, é que Rita Baiana é humana. Passa longe de qualquer heroína convencional da literatura brasileira, sempre tão cheia de Helenas (Machado de Assis) e Marílias (aquela de Dirceu), tão brancas, castas, atormentadas, frágeis, suspirantes. Ela não. Ela ri e se comove com o mesmo que todos nós. Tem seus momentos de egoísmo, de fúria, de mesquinharia, para logo em seguida abrir-se toda em generosidade ímpar. É amiga, companheira, carinhosa, brincalhona, devassa, inebriante. Mulher, personagem e símbolo inesquecíveis.

Marcela – Memórias póstumas de Brás cubas
Marcela é promíscua, amante dos valores financeiros e sem escrúpulos; representa o profano, a descoberta do prazer carnal ao mesmo tempo que significa avareza, ambição e interesse financeiro. Marcela finge, é dissimulada, pois mantém os dois amantes, sem que um deles fosse informado da circunstancia. "[...] Era boa moça, lépida, sem escrúpulos, um pouco tolhida pela austeridade do tempo, que lhe não permitia arrastar pelas ruas os seus estouvamentos e berlindas; luxuosa, impaciente, amiga de dinheiro e de rapazes"

Virgília – Memórias póstumas de Brás cubas
Virgília é atrevida, voluntariosa, bonita, fresca, clara, faceira, pueril. Um anjo segundo o pai de Brás, o que se pode interpretar de duas maneiras: a primeira delas seria por sua beleza, sua brancura. A segunda, talvez por sua passividade diante da sociedade patriarcal do século XIX, como também por seu papel de boa moça ao lado de um possível homem político.

Capitu – Dom Casmurro
Capitu era uma garota/mulher à frente do seu tempo. Tinha vontades próprias e lutava pela conquistas dos seus desejos, era inteligente e curiosa.
Sua habilidade de convencer as pessoas, sua lábia, fez com que ela fosse vista como alguém desconfiável.
Apenas porque ela era uma mulher forte e diferente.
"criatura de 14 anos, alta, forte e cheia, apertada em um vestido de chita, meio desbotado. Os cabelos grossos, feitos em duas tranças, com as pontas atadas uma à outra, à moda do tempo,... morena, olhos claros e grandes, nariz reto e comprido, tinha a boca fina e o queixo largo... calçava sapatos de duraque, rasos e velhos, a que ela mesma dera alguns pontos". Segundo José Dias, Capitu possuía "olhos de cigana oblíqua e dissimulada", mas para Bentinho os olhos pareciam "olhos de ressaca"; "Traziam não sei que fluido misterioso e energético, uma força que arrastava para dentro, com a vaga que se retira da praia, nos dias de ressaca". A personagem é pintada leviana, fútil, a que desde pequena só pensa em vestidos e penteados, a que tinha ambições de grandeza e luxo. Foi comparada, certa vez pela crítica, como a aranha que devora o macho depois de fecundada.

Luísa – O primo Basílio
Representa a jovem romântica, inconsequente nas suas atitudes, a adúltera, luísa era bonita, achava que o
casamento era uma segurança para ela, lia muitos livros pois tinha muito tempo disponível, e era muito frágil como
por exemplo quando se submeteu as chantagens de Juliana.

A temática do adultério feminino no realismo

O Realismo Europeu enfatizou um tema bastante instigante na literatura: o adultério feminino. Desde A Ilíada, de Homero, a traição feminina é referida como causa de grande conflitos.
No poema épico Ilíada, 800 anos a.C, é narrada a história da guerra de troia, provocada pelos amores da esposa de Menelau, Rei de Esparta, pelo jovem troiano Páris, O rapto de Helena por Páris teria sido a causa da guerra de troia, segundo os registros de Homero.
Shakespeare também tematizou as conseqüências de traição feminina, ou pretensa traição, como é o caso da famosa pela Otelo, composta no século XVII e encenada muitas vezes desde então. Nessa peça, Shakespeare mostra o avanço dos ciúmes de Otelo, desconfiado de qe sua esposa Desdêmona o está traindo com um de seus soldados. Otelo enlouquece de ciúmes, e instigado por Iago, acaba por assassinar a esposa inocente em um acesso de fúria.
No romantismo alemão, temos também um famoso caso de amor, temperado com a possibilidade do adultério. Trata-se do romance Werther, de Goethe, publicado em 1774, e que conta, por meio das cartas que Werther escreve a um amigo, as desventuras de seus amores por uma mulher casada. Embora a traição não se consume, a tensão narrativa está toda concentrada no fato de haver um triângulo amoroso entre Weather, Charlotte e seu esposo Albert.
Na frança do século XIX, já no Realismo, Gustave Flaubert publicou o famoso romance Madame Bovary, em que uma mulher casada trai o marido em busca de uma satisfação existencial que o casamento e a família não lhe ofereciam.
Eça de Queirós, no realismo português, também tematizou o adultério feminino em vários de seus romances, como O Primo Basílio e Alves & Cia, entre outros.
No Brasil, o grande mestre do tema é Machado de Assis. O casamento e seus melindres aparecem nos vários romances e contos de Machado, de modo a revelar o olhar aguçado do autor para essa instituição tão problemática quanto detentora das esperanças de homens e mulheres.
Vejamos alguns momentos em que o adultério feminino é sugerido em alguns dos contos e romances de Machados de Assis.
Em memórias Póstumas de Brás Cubas
A mulher quando ama o outro homem, parece-lhe que mente a um dever, e portanto tem de dissimular como arte maior, tem que refinar a aleivosia(MACHADO DE ASSIS, 1978,p.56)
No conto “Primas de Sapucala”, de História sem Data
Adriana é casada; o marido conta 52 anos, ela 30 imperfeitos. Não amou nunca, não amou nunca mesmo o marido, com quem casou por obedecer à família.
Eu ensinei-lhe ao mesmo o mesmo tempo o amor e a traição; é o que ela me diz nessa casinha que aluguei fora da cidade, de propósito para nós (MACHADO DE ASSIS, 2001,p39)
No conto “A causa secreta”, em várias histórias
A comunhão dos interesses apertou os laços da intimidade. Garcia tornou-se familiar na casa; ali jantava quase todos os dias, ali observava a pessoa e a vida de Maria Luísa, cuja solidão moral era evidente. E a solidão como que lhe duplicava o encanto. Garcia começou a sentir que alguma coisa o agitava, quando ela aparecia, quando falava, quando trabalhava, calada, ao canto da janela, ou tocava piano umas músicas tristes. Manso e manso, entrou-lhe o amor no coração. Quando deu por ele, quis expeli-lo, para que entre ele e Fortunato não houvesse outro laço que o da amizade; mas não pôde. Pôde apenas trancá-lo; Maria Luísa compreendeu ambas as coisas, a afeição e o silêncio, mas não se deu por achada (MACHADO DE ASSIS, 1999, p.45)
Esses são alguns exemplos dessa temática tão recorrente na obra do autor.
No entanto, foi com o romance Dom Casmurro (1899) que Machado de Assis sedimentou o tema do adultério feminino em um tratamento original que vem desafiando a crítica desde então.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Características do realismo/naturalismo

REALISMO:


• Veracidade: despreza a imaginação romântica.
• Contemporaneidade: descreve a realidade, fala sobre o que está acontecendo de verdade.
 Retrato fiel das personagens: caráter, aspectos negativos da natureza humana.
• Gosto pelos detalhes: lentidão na narrativa.
• Materialismo do amor: a mulher objeto de prazer/adultério.
• Denúncia das injustiças sociais: mostra para todos a realidade dos fatos.
• Determinismo e relação entre causa e efeito: o realista procurava uma explicação lógica para as atitudes das personagens, considerando a soma de fatores que justificasse suas ações. Na literatura naturalista, dava-se ênfase ao instinto, ao meio ambiente e à hereditariedade como forças determinantes do comportamento dos indivíduos.
• Linguagem próxima à realidade: simples, natural, clara e equilibrada.

(Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Realismo)


NATURALISMO:


• A principal característica do Naturalismo é o cientificismo exagerado que transformou o homem e a sociedade em objetos de experiências.
• Descrições minuciosas e linguagem simples
• Preferência por temas como miséria, adultério, crimes, problemas sociais, taras sexuais e etc. A exploração de temas patológicos traduz a vontade de analisar todas as podridões sociais e humanas sem se preocupar com a reação do público.
• Ao analisar os problemas sociais, o naturalista mostra uma vontade de reformar a sociedade, ou seja, denunciar estes problemas, era uma forma de tentar reformar a sociedade.

(Fonte: http://www.infoescola.com/literatura/naturalismo/)