Rita baiana – O cortiço
Ela representa os "encantos" da mulata brasileira, num tom realístico e crítico.
Rita Baiana é um dos personagens mais notáveis da literatura brasileira. Filha do realismo naturalista, é escrita com uma riqueza de detalhes visuais e sensoriais incríveis. Forte, apaixonada e politicamente incorreta, é absolutamente impossível não adorá-la. Sedutora e consciente de seus encantos, é maliciosa e faminta de vida, um diabo de saias. É sem dúvidas, a alma de O Cortiço, de Aluízio de Azevedo, embora não seja a protagonista. Ela não aparece desde o começo e nem está presente no fim, mas rouba a cena em sua aparição fulminante. Escrita em 1890, é uma mulher a frente de seu tempo. Ama a quem lhe aprouver, da forma que melhor lhe parecer. É deliciosamente livre e despida de amarras e preconceitos, é como a maioria de nós queria ser. É mulata decidida e generosa que enfrenta a vida de peito aberto, disposta a sofrer e gozar com a mesma intensidade. Fiel aos seus gostos e às suas paixões, a elas se entrega por inteiro.
É o símbolo da brasilidade quente que penetra na alma lusitana de Jerônimo, o português enamorado, e varre toda a nostalgia d'além mar que havia nele. Caído pela mulata, ele abandona mulher e filha, abraça a vida boêmia, contrai dívidas, perde a força moral e chega a ponto de matar um homem com um pedaço de pau. "Isso não é mulher, é uma desgraça", você provavelmente pensará. Mas para ele, o amor da Rita é insubstituível e justifica tudo. Nos braços dela, tudo adquire uma cor fulgurante e fantástica, não dando margem a lamentações, arrependimentos e nem dores. Ele a venera, satisfaz todos os caprichos, arde e morre por ela, se preciso for. Passa por todos os dissabores e tormentas, mas não lhe tirem a Rita, que sem ela não pode mais viver. Como vício destrutivo, como doença, ela é a seiva que o alimenta, a força que o impulsiona. Torna-se cativo por gosto e por vontade.
Rita Baiana é a personificação do melhor e do pior da mulher, com toda a magia e a ruína que lhes é peculiar. Mas não uma mulher comum, e sim uma dotada do orgulho e da beleza da raça negra da qual descende, aliada à ferocidade da mulher pobre que defende seu espaço e seu sustento. Ela transborda alegria e sensualidade, é corajosa, digna, guerreira - até as últimas instâncias, até à violência física - e essencialmente hedonista. Mas o mais marcante nessa mulher, assim como em toda a obra de Aluízio Azevedo, é que Rita Baiana é humana. Passa longe de qualquer heroína convencional da literatura brasileira, sempre tão cheia de Helenas (Machado de Assis) e Marílias (aquela de Dirceu), tão brancas, castas, atormentadas, frágeis, suspirantes. Ela não. Ela ri e se comove com o mesmo que todos nós. Tem seus momentos de egoísmo, de fúria, de mesquinharia, para logo em seguida abrir-se toda em generosidade ímpar. É amiga, companheira, carinhosa, brincalhona, devassa, inebriante. Mulher, personagem e símbolo inesquecíveis.
Marcela – Memórias póstumas de Brás cubas
Marcela é promíscua, amante dos valores financeiros e sem escrúpulos; representa o profano, a descoberta do prazer carnal ao mesmo tempo que significa avareza, ambição e interesse financeiro. Marcela finge, é dissimulada, pois mantém os dois amantes, sem que um deles fosse informado da circunstancia. "[...] Era boa moça, lépida, sem escrúpulos, um pouco tolhida pela austeridade do tempo, que lhe não permitia arrastar pelas ruas os seus estouvamentos e berlindas; luxuosa, impaciente, amiga de dinheiro e de rapazes"
Virgília – Memórias póstumas de Brás cubas
Virgília é atrevida, voluntariosa, bonita, fresca, clara, faceira, pueril. Um anjo segundo o pai de Brás, o que se pode interpretar de duas maneiras: a primeira delas seria por sua beleza, sua brancura. A segunda, talvez por sua passividade diante da sociedade patriarcal do século XIX, como também por seu papel de boa moça ao lado de um possível homem político.
Capitu – Dom Casmurro
Capitu era uma garota/mulher à frente do seu tempo. Tinha vontades próprias e lutava pela conquistas dos seus desejos, era inteligente e curiosa.
Sua habilidade de convencer as pessoas, sua lábia, fez com que ela fosse vista como alguém desconfiável.
Apenas porque ela era uma mulher forte e diferente.
"criatura de 14 anos, alta, forte e cheia, apertada em um vestido de chita, meio desbotado. Os cabelos grossos, feitos em duas tranças, com as pontas atadas uma à outra, à moda do tempo,... morena, olhos claros e grandes, nariz reto e comprido, tinha a boca fina e o queixo largo... calçava sapatos de duraque, rasos e velhos, a que ela mesma dera alguns pontos". Segundo José Dias, Capitu possuía "olhos de cigana oblíqua e dissimulada", mas para Bentinho os olhos pareciam "olhos de ressaca"; "Traziam não sei que fluido misterioso e energético, uma força que arrastava para dentro, com a vaga que se retira da praia, nos dias de ressaca". A personagem é pintada leviana, fútil, a que desde pequena só pensa em vestidos e penteados, a que tinha ambições de grandeza e luxo. Foi comparada, certa vez pela crítica, como a aranha que devora o macho depois de fecundada.
Luísa – O primo Basílio
Representa a jovem romântica, inconsequente nas suas atitudes, a adúltera, luísa era bonita, achava que o
casamento era uma segurança para ela, lia muitos livros pois tinha muito tempo disponível, e era muito frágil como
por exemplo quando se submeteu as chantagens de Juliana.
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