Há 60 anos, o cenário social era protagonizado essencialmente pelo papel masculino. A mulher raramente aparecia e, quando isso acontecia, ocupava apenas o espaço de coadjuvante ao lado da estrela principal – Seu marido.
Ainda que, atualmente, isso seja um insulto ao feminismo, na década de 50 as mulheres se conformavam em ocupar esse espaço e, posso arriscar dizer, até se satisfaziam apenas com esta “participação especial”. Isto porque, durante este período, a sociedade burguesa decidiu que a mulher nascia – especialmente - para uma única função: Casar. E, dentro desta instituição, ela deveria exercer de forma exímia basicamente três papeis: o de esposa, o de dona de casa e o de mãe.
Seguindo as determinações sociais, a educação feminina se voltou para a preparação da moça para o seu casamento, diminuindo, inclusive, a importância de atividades intelectuais como conclusão dos estudos ou graduação.
Desta forma, as mulheres que nasciam eram condicionadas a acreditar que apenas as atividades domésticas e matrimoniais cabiam a elas, tornando o casamento o grande projeto de suas vidas.
Baseando-se nessa atmosfera de subordinação do papel feminino diante da sociedade, surge O sorriso de Monalisa.
O filme nada mais é do que uma crítica aos valores e às convenções sociais que eram impostas às mulheres desde o início dos anos 50, tornando inviável a elas qualquer tentativa de progresso fora do casamento.
A história mostra uma escola de mulheres que prepara as meninas para um grande casamento, dando aulas de como ser elegante, como se portar à mesa, entre outro 'pre-requisitos' necessários; até a chegada da nova professora de História da Arte, que se tornou a grande responsável por reformar a visão da geração de garotas alienadas pelo modelo de vida burguês. Kate (vivida por Julia Roberts), uma mulher nada convencional, que não se habituou a viver à sombra de um homem, ensina, através de seus ideais liberais, que o papel da mulher não é, apenas, o de servir ao marido, cuidar da casa e dos filhos, como lhes havia sido ensinado; e que elas podem cursar faculdade e seguir carreira profissional sem precisar abrir mão do casamento, se assim desejassem.
(Nathália Gomes)
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